Nosso Senhor não veio à Terra nem foi crucificado porque se colocou como voluntário. Ele veio porque foi enviado por Deus. Tudo que fez foi fruto de obediência à vontade de Deus. Muitas vezes, Ele se referiu a si mesmo como enviado e outras tantas disse que nada fazia por Si mesmo, mas apenas cumpria a vontade do Pai. Há, hoje, porém, no meio da Igreja, um pensamento mundano sutilmente tomando lugar: a idéia de que a obra de Deus é feita com voluntários.
Há uma grande diferença entre servir ao Senhor e trabalhar para Ele. Trabalhar para Deus significa que “eu escolho” o que desejo fazer para o Senhor. Servir a Deus é diferente, significa que eu faço “o que Deus me mandou fazer”. Não importa se é o que gosto nem se é o que as pessoas precisam ou esperam de mim, eu faço porque fui comissionado, sou servo. Servos não escolhem trabalho, servos obedecem. Se aquilo que fazemos para Deus não é fruto de obediência, então é puramente uma obra humana que, por fim, será rejeitada por Deus.
Líderes chamados respondem ao chamado divino e não ao chamado das necessidades humanas. Eles não estão apenas comovidos pelas pessoas que se perdem, mas ouviram a voz do Espírito Santo. Todo trabalho espiritual deve começar com um chamado do Espírito. Toda obra divina deve ser divinamente iniciada.
Você é um líder chamado por Deus?
Deus usará basicamente cinco formas para testificar esse chamado na sua vida:
1. A voz do Espírito Santo
O verdadeiro líder de célula é aquele que ouviu a voz do Espírito Santo e a obedeceu. Líderes que sabem que foram chamados para estar à frente de uma célula não retrocedem por causa das dificuldades e resistências.
2. A revelação nas escrituras
Nunca despreze a leitura da Palavra de Deus, pois ela é um meio poderoso de se ouvir a Sua voz.
3. Uma pregação
Deus tem separado centenas de líderes por meio da palavra viva que é liberada nas reuniões da igreja.
4. A evidência das circunstâncias
As circunstâncias não são o critério mais importante para se ouvir de Deus, mas elas são uma importante confirmação daquilo que o Espírito já falou conosco.
5. A confirmação dos irmãos
De todas essas formas, porém, a voz do Espírito Santo falando no seu coração e lhe trazendo convicção é certamente a mais importante. Mas a Palavra de Deus nos ensina que precisamos ter a confirmação de nossos líderes, irmãos mais maduros e com mais experiência espiritual. Deus pode tê-lo chamado, mas talvez você ainda precise esperar até que seus líderes o separem.
Características da mentalidade de voluntário
Há uma grande diferença entre alguém que faz algo porque foi comissionado, encarregado ou mandado por Deus, e aquele que resolve ser um voluntário.
1. O voluntário escolhe como servir
Com relação à obra de Deus, podemos errar por desobediência ou por presunção. Desobediência quando não fazemos o que Deus mandou; presunção quando fazemos o que Ele não mandou. Tanto a presunção quanto a desobediência são rejeitadas por Deus, pois constituem a arrogância humana tentando estabelecer o controle de Sua obra.
No Velho Testamento temos a história solene de Nadabe e Abiú que ofereceram fogo estranho na Casa de Deus. Eles eram voluntários. Perceberam que não havia fogo e resolveram dar uma ajudinha arrumando um fogo. Aquele que age como voluntário traz fogo estranho, pois traz algo que decidiu fazer e não aquilo que o Senhor ordenou. O resultado é sempre morte (Lv 10.1,2).
Veja que, do ponto de vista natural, não dá para perceber a diferença entre fogo e fogo. Mas há um que é fogo estranho. O mesmo ocorre com a liderança das células. As células são todas iguais, assim como o trabalho que se faz nelas; mas, se liderarmos por iniciativa nossa e não por obediência a uma ordem de Deus, oferecemos fogo estranho e o resultado é morte. O fogo verdadeiro vem da submissão à vontade de Deus, o fogo estranho é aquele que o voluntário oferece.
2. O voluntário escolhe quando servir
O voluntário age segundo o seu próprio entendimento. Presume que a sua boa intenção seja a vontade Deus. Ele não faz por obediência a uma palavra de Deus, mas porque quer ajudar. Por detrás dessa atitude, há uma grande soberba. Quem disse que Deus precisa de ajuda? E quem disse que a pessoa está apta para ajudá-lO?
Uzá, um grande exemplo de voluntário
Puseram a arca de Deus num carro novo e a levaram da casa de Abinadabe; e Uzá e Aiô guiavam o carro. Davi e todo o Israel alegravam-se perante Deus, com todo o seu empenho; em cânticos, com harpas, com alaúdes, com tamborins, com címbalos e com trom¬betas. Quando chegaram à eira de Quidom, estendeu Uzá a mão à arca para a segurar, porque os bois tropeçaram. Então, a ira do SENHOR se acendeu contra Uzá e o feriu, por ter estendido a mão à arca; e morreu ali perante Deus. (1Cr 13.7-10)
Você não pensa que a disposição de Uzá de amparar a Arca para que ela não caísse é uma postura até louvável? Talvez devêssemos até agradecê-lo por esse ato voluntário, afinal o que ele fez não foi uma grande obra? Por que então, Deus se irou com ele? O motivo é que Deus quer pessoas que obedeçam às Suas ordens, mais do que O ajudem em Sua obra. Deus não precisa de ajudantes, Ele busca servos que O obedeçam.
3. O voluntário não depende de Deus, mas da força própria
A obra que é de Deus é aquela que está acima de nossas forças, porque somente essa obra exige fé e dependência do poder de Deus. Voluntários fazem só o que conseguem porque não dependem de fé, eles dependem da capacidade humana. Por isso, o que fazem é meramente natural. Líderes de célula assim nunca multiplicam a sua célula e, se eventualmente conseguem, a multiplicação não dura muito. A multiplicação é algo que está além de nossas forças e que, por isso mesmo, depende do poder de Deus pela fé.
4. O voluntário não aceita cobrança
A expectativa do voluntário é de reconhecimento e gratidão pelo enorme sacrifício que ele supõe estar fazendo para ajudar. Eles sempre supervalorizam aquilo que estão fazendo contando tudo o que tiveram de deixar de fazer ou de desfrutar para ajudar naquele trabalho. Assim, nunca podemos esperar excelência de um voluntário, porque, do ponto de vista deles, já fazem além do necessário.
5. Voluntários não se dispõem ao sacrifício
O voluntário não aceita ser confrontado ou corrigido. Não se pode exigir coisa alguma de um voluntário, mas temos sempre de esperar pela sua disposição. Se hoje ele quer trabalhar, tudo bem; mas, se amanhã ele amanhecer indisposto, ele não fará coisa alguma, “afinal”, pensa ele, “não é minha obrigação, sou apenas um voluntário”.
Toda obra divina será iniciada por Deus
A obra é de Deus, não nossa. Sendo assim, devemos nos ajoelhar e orar nos dispondo nas mãos dEle até que haja convicção de que fomos realmente separados para tal obra.
É muito bom ter o desejo de ajudar, perceber uma necessidade e se dispor a supri-la, mas a boa intenção não pode substituir a iniciativa divina. A principal qualificação para a obra de Deus é a convicção de que fomos chamados e que estamos aqui cumprindo ordens celestiais.
É impressionante a força e a autoridade que sentimos quando sabemos que estamos fazendo algo porque Deus nos mandou. Ter uma palavra de Deus é o verdadeiro poder em nossa obra. Um líder de célula com essa convicção será uma arma poderosa nas mãos de Deus. Poder dizer: “Eu estou aqui porque Deus me mandou” faz que as pessoas se calem para nos ouvir.
Evidentemente, isso também aumenta muito a nossa responsabilidade. Não há nada mais sério que desobedecer ou ignorar uma ordem ou chamado de Deus.
Uma Nova História - Fernandinho
Há 13 anos
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